sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Quatro olhos que não se viam, conversavam.
Dialogavam sem parar e nem sequer sabiam qual era a cor um do outro.
Não sabiam se piscavam ao mesmo tempo, se o outro par era feliz ou triste nem até mesmo se era bonito ou feio. 
Os olhos que não se olhavam, falavam palavras que saiam dentre cilhos.
Palavras que não podiam sair pela boca, porque pela boca é mais difícil de conversar sem ver. 
Os olhos, que a distancia já impede a visualização de qualquer forma, encontraram uma maneira de se comunicar sem realmente observarem um ao outro. 
E o incrível desse novo método é que eles se engolem e afundam como se estivessem os dois pares, um parado olhando para o outro.
Parados. De frente. Um no outro.
As palavras se entrelaçam e se constroem maiores, mais belas e com uma mágica que lhes é dada pela primeira vez. 
As palavras ditas por quatro olhos. Quatro olhos que não se vêem.
Afinal, o que é a distancia para dois pares de olhos cheios de frases a compartilhar?

Um comentário:

kel disse...

Nossa, como eu senti falta de ler os seus textos! Quando li esse, me lembrei do que eu estava perdendo, ao não ler. Haha.
Suas palavras, cheias de poesia, me inspiram. Parabéns =)
Beeijos.