domingo, 6 de dezembro de 2009

Um simples instrumento de fácil manuseio, fácil absorção, fácil troca.
Devolução não é possivel, mas é possivel me descartar, deixar de lado,
pegar outra e por no meu lugar.
Fico aqui por um momento, até o segundo em que me enxerga, pois quando chega
o esperado, se torna cego e exagerado.
Eu não sou mais visível e minha voz se torna falha, outra se sobressai
e pelo teu rosto vejo que você já não me escuta mais.
É engraçado como tudo parece ser real, como parece ser concreto até a quebra.
Onde eu sumo, desapareço diante de seus olhos.
Mas eu estou aqui.
Você não me vê?
Estou parada bem na sua frente, abanando as mãos e tentado gritar.
Mas seus olhos, isso eu vejo bem, estão focados em outra figura.
Eles a seguem como se não pudessem perder um só suspiro teu.
E aí o meu muro cai e eu vejo que não sou só eu.
Não sei mais te acreditar e já não sei se quero que acredite em mim.
Tua repulsa torna triste o meu carinho e faz dos meus sentimentos falsos.
Não faça isso comigo, eu não mereço.
Você não vê?