domingo, 23 de novembro de 2008

Não soa mais esperançoso..

Nada foi feito. E sempre é a falta que machuca mais.
Não há motivo para esse tudo,mas ele está aqui,tão presente quanto eu.
Creio que é a chuva,ela traz esse todo à mim. Quando começam a cair as gotas,lentas e calmas,as dores inexistentes começam a sobressair.E voam em minha direção.E se apegam a mim.
Creio que as gotas são minhas lágrimas,as lágrimas mais fortes que nunca soube chorar,que nunca me foi possível aprender a chorá-las.Nunca tive uma chance.
Fui criada assim,fui programada,não tive oportunidade de tentar mudar.E se agora estou aqui debruçada com sentimentos ruins a solta,é porque eu sou eu,e simplesmente eu.
Porque se eu fosse você,não estaria aqui digitando mágoas,não estaria pensando no que não ocorreu,e teria força suficiente para saber que nada foi culpa minha. Eu nem ao menos estava lá.
Estava ausente.Eu estava ausente de você,mas você,não estava ausente de mim.

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Boneca de Pano

As pessoas veêm-me muito diferente de mim.
E disso eu tenho a mais pura certeza,porque eu acho que ninguém percebeu o que eu realmente talvez seja.

Talvez eu seja uma boneca de pano,cujo coração foi roubado.Deixou-se um rombo gigantesco em seu peito.Enquanto o mesmo não havia retornado.
Mas mesmo assim,de repente,veio uma dor forte e instalou-se em mim.
E ela ficou,em cada metro de meu corpo rendado,com meus panos e babados.
Os meus vestidos trocados,começaram a ser mais escuros,independente do cair da noite ou do levantar do dia. Eles só me eram propícios se mais próximos ao negro
que me abrangia.
Chegou uma hora que não os quis mais trocar,não fazia diferença.
Todo dia eu acordava e botava minha leve mão sobre meu peito,o apertava, e não sentia nada.
Até que em uma noite,pouco escura e menos sombria,eu vi um clarão no canto de minha cama. Cheguei minhas mãos a ele,e encontrei ali meu coração.
Abri meu armário,peguei minha caixa de costura e retirei a atadura de papel que cobria meu peito de pano.
Coloquei meu coração de volta e o costurei cuidadosamente.

Talvez eu realmente seja esta boneca de pano com o coração resgatamente perdido.Porque sim ele voltou a mim,sim,meus vestidos e panos o cobrem,eu o abrigo. Mas de qualquer outra maneira,não o sinto como isso.Ele voltou intacto e este fora o
problema.O coração da triste boneca de pano não fora amado como amara,não fora desejado como desejara e não teve o que quis.Seu coração não passava de nada mais além de um pedaço fofo de pano,em formato reconhecível.Ele não fora modificado e pior,não fora roubado.A bonequinha queria que alguém a amasse como ela ama,e para isso teria de ter consigo uma parte de seu coração,mas vendo ele voltar intacto,ela percebeu que sua missão fora incompleta,sem sucesso.

Talvez eu realmente seja esta inocente boneca de pano,que se percebe diferente de todas as outras bonecas,agora.
Ela não sente os desejos das outras e não tem as mesmas vontades.Porque afinal,elas são apenas bonecas com corações marcados e eu,sou uma diferente boneca de pano,me destacando entre as caixas,com um coração ferido e sem marcas.
A boneca de pano aperta seus braçinhos moles tentando mostra que é forte,mas ela não consegue acreditar nesse força.
A bonequinha de pano procura em uma busca inssaciável algo que ela não tem certeza de saber o que é.

E talvez eu realmente seja essa boneca de pano,cujo coração roubado não fora amado,
cujas pessoas em volta não se misturam,cujo caminho é um ponto de interrogação e principalmente,cuja procura será guiada,fortemende a frente,até que ela encontre
aquele pedaçinho minimo de seu coração,que ela ainda não percebeu sumir,mas que a fora roubado discretamente.E quando ela perceber que descobriu o que procura,e quando finalmente achar o pedaço perdido de seu coração,seus panos não serão mais panos e os babados dos vestidos de renda,se tranformarão em outros,e agora
finalmente será inclusa e entenderá que é possível ser feliz.

E quem sabe as pessoas consigam ver-me,agora,como eu realmente sou.
Como uma boneca de pano.
E talvez elas entendam e saibam que eu realmente sou aquela boneca de pano,com o coração complicado,os vestidos rendados
com meus panos e babados,esperando sempre,por um alguém.






Meu mais novo chamego,vale a pena ler.