segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Boneca De Pano II

Em algum momento ele estava ali.
Como se nunca tivesse ido embora, apenas feito uma viagem para enganar os panos que o cobriam.
O buraco estava ali novamente e o peito da boneca de pano, vazio.
Mas não importava ser em seu peito, pois o oco não lhe incomodava mais. O problema não era a ausência em si, talvez nunca tivesse sido e sim a dor que esta transmitia agora.
O buraco presenteava-lhe com facadas. Facadas fortes em seu leve corpo de pano, perfurando seus vestidos e deixando-os sem renda.
Como pontadas que diminuem de intensidade de acordo com o passar dos ponteiros do relógio. Mas o relógio não parecia a ajudar. Ele andava devagar, como se tivesse medo de ir para um próximo minuto, uma próxima hora.
E ela implorava, implorava para que passasse mais rápido e chegasse a hora de essa dor enfim cessar.
Mas ela não cessava.
As pontadas demoraram, mas em algum momento dimin
uiram. E passaram a ser somente latejantes. Não mais facas. Agora só latejavam e pinicavam alguns lenços sobrepostos.
Suas mãos moles não mais continham a dor e mesmo em menor escala, ela abrangia todo o corpo.
E não tinha mais como se mover. Seus membros pediam para ficar parados. Os movimentos não lhe eram propícios.
Só o tac tac daquela dor pinicando ao fundo.
E então ela ficou imóvel.
Presa em sua caixa de plástico.

9 comentários:

Mari disse...

1-Você escreve super bem, amei esse texto! *-*
2-Obrigada pelas suas visitas, também adorooo elas :)
3-Mt Mt obrigada pelo seu comentário lá no meu blog, está me ajudando muito quando lembro de suas palavras, é incrível!
muuuitosbeijos :*

Bruh Jones disse...

Parabéns pelo texto, muito bom. Eu vi o seu blog na Atrevida e achei que você escreve muito bem! Essa coisa da boneca de pano me chamou muito a atenção, pois eu me sinto assim as vezes :) Te segui, ok? Boa sorte com o blog :*

isa m e cacau m. disse...

Nooossa, eu realmente não sei como, mas Boneca de pano (os dois) me emocionam muito, amo demaiis seus textos!
é como me sinto varias vezes, uma dor insuportavel, e sei que isso vai passar, mas o tempo não passa, e a dor não cessa em momento algum.
muiitooos beeeeijos e parabéns pelo blooog, é suuper maaara *----*'

Fraise Petite disse...

Já tinha lido Boneca de pano I, acehei amravilhosa a forma que você se expressa. Adorei a continuação, está realmente perfeita :)
Beijos :*

http://furflesupsidedown.blogspot.com/ disse...

Eu gosteeei demais do primeiro e do segundo texto, muito bons, parabéns, ;D Seus textos são incríveis... (:

Beeijos. Brigada pela visita no meu blog... ^^

Roberta Blá disse...

Os seus textos têm uma ternura expressiva, daquelas que por mais que sejam leves nunca passam despercebidas.
Adoro esse seu cantinho aqui. =)

p,s; Sobre os nossos cabelos eu só tenho a dizer uma coisa:
A beleza está no diferente, no que não é convencional. ;)
hehehe
yes cachos, no chapinha! :D

beeeijos flor!

Amargo Silêncio disse...

Nossa, amei seu texto! Vi seu blog na Atrê e amei demais, tuddo! To começando com um blog agora, se vc puder me ajudar lá :) bjos.

Anônimo disse...

ameei esse segunda parte *-* o primeira já tinha ficando muito bom e você conseguiu fazer uma continuação igualmente boa (: você escreve bem demais! beeijo.

doherty disse...

Tô te seguindo a um bom tempo,e vi a boneca de pano na revista Atrevida...O seu texto me ajudou muito,sempre gostei de escrever mas a ideia de ter um blog foi depois q lii a boneca de pano!Vc escreve muuuuito! E seus textos sempre me emocionam de alguma forma...Beijoos e Parabens pelo blog,vc escreve muito beem meesmo!