eu só queria te ter aqui até agora.
para acalmar seus anseios e te dizer que tudo ficará bem.
lhe pedir uma única coisa; para que fique calma.
e mostrar que estarei aqui para cada vírgula que precisar.
mas a minha vergonha e outros fatores me impedem, então o máximo
que sai é uma risadinha.
meus olhos possivelmente brilharam no momento em que te vi,
e meu maior segredo é que eu estava ali por você.
no segundo em que te vi sorrir,
esqueci todos os meus motivos e ficaria ali horas parado,
só olhando você sorrir sem saber porquê.
me lembro de todas as fraçoes de minutos que passamos juntos,
e decorei todas as palavras que trocamos.
só queria multiplcá-los por mais cem.
mais de cem.
ter um báu cheio de lembranças nossas, para poder mergulhar nele de vez em quando.
quando talvez você estiver longe demais.
durou pouco, mas eu te tive, e aquele foi o meu passado mais feliz.
não duvido nada que pudesse ter chorado, só por te ver ali.
te ter aqui.
agora fico com os meus próprios anseios, me chateando por não saber calar os teus
mas te confesso que o meu maior desejo
é ser todo, todo seu.
domingo, 30 de agosto de 2009
quarta-feira, 26 de agosto de 2009
Seu jacó
Ganhei um selinho há algum tempo e esqueci de postar aqui.
Então venho com este, e minhas indicações:
Garota Flor (o blog que me deu o selinho) ; Leandro Lima e Furfles Upsidedown !
E só para não sair da rotina...
Ele estava sentado,vendo televisão como de costume. Era um senhor cheio de problemas cardíacos e doenças curáveis e incuráveis que muitos velhinhos tem.
Seu Jacó era um senhor muito querido. Aquele tipo de sujeito que alegra os lugares por onde passa,bem cativante, que todos adoram e que adora a todos também. Pois bem, lá estava ele lendo atentamente a legenda dos noticiários estrangeiros que ele via no mesmo canal de sempre, quando de repente sentiu umas puxadas pontiagudas em seu peito.
O que poderia ser aquilo?
Balançava sua cadeira ritmando assim as pontadas que o machucavam. Não imaginava o que podia ser nem em mil anos.
Quando, também de repente , escutou uma voz que parecia conversar com ele. Sussurrava algumas frases inaudíveis que diziam as palavras "ir embora", igualzinho como o vento sopra.
Ele não ouvia as palavras, mas parecia começar a entender todo o sentido do que a voz lhe dizia.
A intensidade das pontadas foi aumentando rapidamente, sem parar por um instante, até o momento que não as mais sentiu.
Fechou seus olhos vagarosamente e então feliz, sorriu. Não conseguia ver a televisão e agora mal distinguia seus sons.
Sentiu uma boa brisa refrescando cada poro de sua pele que antes enrugada e envelhecida pela idade, se encontrava lisa e nova pela mágica desse momento. Uma forte luz abatia seu rosto agora jovem, como quem quer chamar atenção.Suas pálpebras se tornavam cada vez mais pesadas como se nunca mais quisessem abrir. O resto de seu corpo permanecia tão leve que com um simples sopro era capaz de levitar e voar pela imensidão a frente.
Suas questões e dores de uma velhice problemática haviam tido um fim a partir daquele instante. E ele se encontrou livre, leve e solto, como a própria música diz. Tudo parecia ter o melhor fim possível.
Sua pele já juvenescida parecia estar em transição, como se estivesse se decompondo em micro partículas brilhantes.
Dentro dessas micropartículas ele conseguia enxergar alguma coisa. Logo percebeu que bastasse dar play e aquilo tudo era o filme de sua vida.Uma última oportunidade de relembrar os momentos no mundo onde os mesmos ocorreram.
Um último adeus.
Percebendo o que acontecia aproveitou para se despedir. Mesmo que os olhos não abrissem mais, conseguiu produzir uma lágrima. E purificando e alegrando sua alma, ela rolou sobre seu rosto até se esparramar no que não era mais chão.
Apertando mais os olhos, como se decididamente quisesse ir, deu seu último adeus e silenciosamente,
sem ninguém saber, sem dor nem despedidas, deixou aquela figura negra o levar.
Em memória.
segunda-feira, 17 de agosto de 2009
Boneca De Pano II
Em algum momento ele estava ali.
Como se nunca tivesse ido embora, apenas feito uma viagem para enganar os panos que o cobriam.
O buraco estava ali novamente e o peito da boneca de pano, vazio.
Mas não importava ser em seu peito, pois o oco não lhe incomodava mais. O problema não era a ausência em si, talvez nunca tivesse sido e sim a dor que esta transmitia agora.
O buraco presenteava-lhe com facadas. Facadas fortes em seu leve corpo de pano, perfurando seus vestidos e deixando-os sem renda.
Como pontadas que diminuem de intensidade de acordo com o passar dos ponteiros do relógio. Mas o relógio não parecia a ajudar. Ele andava devagar, como se tivesse medo de ir para um próximo minuto, uma próxima hora.
E ela implorava, implorava para que passasse mais rápido e chegasse a hora de essa dor enfim cessar.
Mas ela não cessava.
As pontadas demoraram, mas em algum momento dimin
uiram. E passaram a ser somente latejantes. Não mais facas. Agora só latejavam e pinicavam alguns lenços sobrepostos.
Suas mãos moles não mais continham a dor e mesmo em menor escala, ela abrangia todo o corpo.
E não tinha mais como se mover. Seus membros pediam para ficar parados. Os movimentos não lhe eram propícios.
Só o tac tac daquela dor pinicando ao fundo.
E então ela ficou imóvel.
Presa em sua caixa de plástico.
Como se nunca tivesse ido embora, apenas feito uma viagem para enganar os panos que o cobriam.
O buraco estava ali novamente e o peito da boneca de pano, vazio.
Mas não importava ser em seu peito, pois o oco não lhe incomodava mais. O problema não era a ausência em si, talvez nunca tivesse sido e sim a dor que esta transmitia agora.
O buraco presenteava-lhe com facadas. Facadas fortes em seu leve corpo de pano, perfurando seus vestidos e deixando-os sem renda.
Como pontadas que diminuem de intensidade de acordo com o passar dos ponteiros do relógio. Mas o relógio não parecia a ajudar. Ele andava devagar, como se tivesse medo de ir para um próximo minuto, uma próxima hora.
E ela implorava, implorava para que passasse mais rápido e chegasse a hora de essa dor enfim cessar.
Mas ela não cessava.
As pontadas demoraram, mas em algum momento dimin
uiram. E passaram a ser somente latejantes. Não mais facas. Agora só latejavam e pinicavam alguns lenços sobrepostos.
Suas mãos moles não mais continham a dor e mesmo em menor escala, ela abrangia todo o corpo.
E não tinha mais como se mover. Seus membros pediam para ficar parados. Os movimentos não lhe eram propícios.
Só o tac tac daquela dor pinicando ao fundo.
E então ela ficou imóvel.
Presa em sua caixa de plástico.
domingo, 9 de agosto de 2009
Eu só fiquei girando em meu lugar. Como um tonto pião.
Uma tonta.
Fiquei te olhando passar.
Esperando com que você me olhasse, com que você virasse e me visse de repente.
Assim, simplesmente,
e me chamasse pra dançar.
Esperei a volta de mais alguns minutos, enquanto te observava lá de longe.
O salão estava cheio, mas só via você, no meu horizonte.
Rodei mais um pouco, como o tonto pião que sou.
Mas na batida de uma hora, quando o relógio ressou, já não tive mais como ficar ali.
Deixei minha bolsa e sapatos para trás e saí correndo.
Desesperada.
Para ir embora.
Sair daqui.
Fugi na minha fuga mais perversa. A mais dolorosa, de todas elas. Corri tanto que meus pés não ousaram cansar. Corri tanto que não tive mais como parar.
Olhei pra trás de vez em quando, com medo que você estivesse lá.
Mas nunca esteve.
Fugi de tudo que eu podia, tudo que eu queria. Tudo que eu precisava fugir.
E até que de repente, não mais que simplesmente, tropecei em uma pedra
e caí.
Foi aí que eu vi,
que do que eu mais queria fugir
eu não podia.
E nunca poderia.
Eu queria fugir de mim.
Uma tonta.
Fiquei te olhando passar.
Esperando com que você me olhasse, com que você virasse e me visse de repente.
Assim, simplesmente,
e me chamasse pra dançar.
Esperei a volta de mais alguns minutos, enquanto te observava lá de longe.
O salão estava cheio, mas só via você, no meu horizonte.
Rodei mais um pouco, como o tonto pião que sou.
Mas na batida de uma hora, quando o relógio ressou, já não tive mais como ficar ali.
Deixei minha bolsa e sapatos para trás e saí correndo.
Desesperada.
Para ir embora.
Sair daqui.
Fugi na minha fuga mais perversa. A mais dolorosa, de todas elas. Corri tanto que meus pés não ousaram cansar. Corri tanto que não tive mais como parar.
Olhei pra trás de vez em quando, com medo que você estivesse lá.
Mas nunca esteve.
Fugi de tudo que eu podia, tudo que eu queria. Tudo que eu precisava fugir.
E até que de repente, não mais que simplesmente, tropecei em uma pedra
e caí.
Foi aí que eu vi,
que do que eu mais queria fugir
eu não podia.
E nunca poderia.
Eu queria fugir de mim.
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