domingo, 21 de junho de 2009

Eu queria um dia poder voar, abrir minhas asas e passar por cima dessa dor.
Batê-las mais forte que um raio solar e me fazer emergir dessa paisagem louca.
Eu queria poder fechar os olhos e sentir meu corpo beirando o mar. Abaixar a mão e tocar na água, fazendo-a se movimentar pela rapidez do meu voô.
Ver de dentro dos meus olhos aquela imensidão de figuras alegres, todas
cantando e dançando para mim. Dançando como nunca dançei antes.
Dançando como danço, agora, com minhas asas aí a fora
pedindo humildemente
para um dia ser feliz.

domingo, 14 de junho de 2009

Um diário à você

Tento aqui reproduzir filmes, não sei exemplificar em qual me inspirei. Mas tento imitar
uma junção e aposto que já viram algum com essa ocorrência.
Aquelas escrituras secretas e poesias ocultas,
e cartas para você, que nunca foram entregues ao destinatário.
Tento aqui fazer uma, para quem sabe, algum dia, você ler.
E você, meu caro leitor, por favor, ao terminar esta aqui, vá correndo,procure
o meu querido destinatário e mostre à ele esta carta.

Eu não sinto mais nada e ainda duvido se algum dia realmente senti algo. Mas também duvido de
não sentir nem o termo 'mento' da palavra sentimento.Duvido um pouco estar completamente imune ao mesmo.
Eu não sinto mais as dores queimando a minha pele, mas sei bem que tive um coração doído.
E talvez ele ainda bata mais devagar por tua causa. Eu confesso, é mais estranho falar da dor
sem sentí-la, mas é mais fácil assim, é mais possível racionalizar. E sem o arder apegando-se aos
meus olhos, eu consigo escrever direito, sem borrar minhas palavras com lágrimas.

Se eu paro para pensar no que tivemos,no que eu tive, não consigo achar um termo para
identificar ou caracterizar. Pensando melhor, consigo sim : nada. Não tivemos nada e meu
coração foi quebrado em vão. Talvez pareça um pouco demais, mas foi isso que eu senti depois,
eu senti um coração quebrado. No momento em que as coisas aconteciam senti muitas dores,
mas não essa especificamente. E mesmo não sentindo-a, eu só consigo vê-la agora.
Mas sei que nunca vou entendê-la, nunca.

Mesmo se hoje, com todo esse passado lá atrás, eu me ponho diante a situação de falar com você,
é esperado que me venha um gosto de dor. Um aroma do que já senti, algo meio amargo demais
para as minhas narinas. E aí tenho duas vontades : ou me declarar , sentindo algo, ou não,
ou simplesmente dar as costas e ir embora, porque você já não é mais nada. E por mais que eu não
saiba e nem tenha o que declarar, não me é ridiculamente fácil ir embora. E eu penso em você
de vez enquando. Os meus pensamentos vagam no espaço e de ora em ora passeam pela
galáxia mais longíqua, e de vez em nunca, eles voltam com você neles.
Dou aqui um pause na saga de Marcelo e Andy para postar algumas outras coisinhas que me agradam.

Me pego pensando em você.
Pensando se você algum dia vai mudar.

Pensando.
Se esse você que me é apresentado, é só uma máscara
ou se realmente,
é esse o teu verdadeiro você.

Eu me pego pensando em você
frequentemente.

Quando você me diz as idiotices que me dirige
querendo saber se essas são as verdadeiras
ou se são mascáras para as piores que não quer me dizer.
Me pego pensando em você, e mais do que isso, perguntando-me
se é preciso uma baque para que você perceba.
Para que você perceba o que?
Que a implicância é resto de sentimento? Ou que você não dá valor à quem merece?
Perceba o que?

Eu me pego pensando em você
de vez em quando.

Quando me batem esses momentos de reflexão e confusão
sobre essa tua cabeça atolada.
Quando as perguntas não param de explodir e ficam na minha cabeça
querendo saber quando você vai me olhar
com os olhos certos.

Eu me pego pensando em você
ás vezes.

Quando as luzes se apagam e eu lembro como pensava em ti quando elas se acendiam.

Eu me pego pensando em você
de vez em nunca.

Quando eu relembro o passado e ainda duvido do teu futuro.
Ou do nosso.

Eu penso em você.
Ou já não penso mais.

Porque não sei bem quando eu ultrapasso a linha e deixo de pensar em você
e começo a pensar em mim.
E na repercussão que o teu tudo me traz.

Eu já não penso mais em você.