Como uma criança escrevi as letras do seu nome.
Essas letras que, juntas, estou tão desacostumada a traçar.
Tudo foi ficando meio torto, meio assim: M
Meio grande demais, meio sem caber no espaço entrelihas.
Um lápis sem saber o que fazer com a folha.
Meio um i delicado e solto. Um r um pouco mais seguro de si.
Outro i tentando imitar o primeiro.
Um a redondo, querendo ocupar todo espaço ao seu redor.
E um m fino e espaçoso, que não tem coragem de acabar.
Não tem coragem de deixar o papel, pois com tanta falta de uso a alegria desse encontro era tamanha que não podia dizer adeus.
Porque no final das contas, até o papel e a caneta têm saudade de você.
M i r i a m