domingo, 27 de junho de 2010

E mesmo quando feliz
não posso te dizer minha felicidade.
Não posso me expressar e dividir que por aquele momento
com aquelas palavras
com as expressões que imaginei no seu rosto
você me trouxe um presente incrível que quase molhou meus olhos.

Mas eu não os deixei molhar.
Tristeza molha fácil, eu sei que sim.
Então não deixei que viessem lágrimas de felicidade
pois me pareceu que se as deixasse cair, estragaria aquele momento
que tão bem me fez.

E isso não é prestígio teu
não ache que é.
Me disseram que é meu.
Mas ainda não sei acreditar
em cada palavra que me jogam
e me classificam
dizendo que é meu
é téu
é teu e só meu.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Quarto de aluguel

Tinha um quarto sobrando.
Você,
me pareceu simpático o suficiente para entrar.
Apresentei-lhe sua cama, mostrei onde ficavam os outros cômodos e te fiz decorar o caminho até meu quarto, caso precisasse.
Não tomavamos café nem almoçavamos juntos. Mas a noite, nossa janta era completa.

De vez em quando você reclamava do almoço, dizia que a comida estava fria demais. Mas me faltava calmaria, ás vezes, para deixá-la cozinhando no tempo exato. Você sabe, sou ansiosa demais.
Seu quarto era grande,não duvido que fosse maior que o meu. Não acredito que algo lhe faltasse, você tinha tudo para se sentir cem por cento confortável. Não sei se o sentia.

Até que um dia você me reclamou que a porta do armário estava quebrada. E eu, ingenuamente, havia esquecido de lhe reportar tal defeito.
Depois você me disse que a janela fazia barulho demais e que quando o vento batia era quase
insuportável escutar seus resmungos. Esse defeito também escapara de minha memoria.
E mais uma vez, você me notificou que a luz do corredor ás vezes falhava a noite.
Bem, desse eu não sabia.

Tomei providências para ajustar alguns problemas.
A luz, foi simples trocar.
Já a porta quebrada e o barulho da janela me foram inviáveis.
Seria necessário trocar a janela e aquela, era minha há tanto tempo que já deixara de fazer
parte da minha casa e fazia parte de mim. Você teria que se acostumar.
A porta, precisava de parafusos novos para deixar de ficar torta toda vez que aberta ou fechada,
mas de tão antiga não achei instrumento algum que encaixasse e resolvesse seu problema.
Eu não podia orçar ou pensar em trocar aquele armario.

Nós eramos completos, mesmo com todos aqueles defeitos ali.

Você se desapontou um pouco, eu pude ver, mas realmente não tinhamos saída.
Afinal, eu também já me desapontara muito com suas reclamações e chiliques, já que havia te oferecido aquele aposento com todo carinho que pude.

Não fora educação, eu realmente te queria ali.
Agora o que eu nao sei é se voce sairá a procura de outro quarto com uma janela e porta com funcionamento perfeito
ou se continuará hospedado aqui.

Porque você sabe;
é sempre bem vindo.